quarta-feira, 18 de abril de 2012

PORQUE CARREGAR SEU FILHOTE COM VOCÊ??


" Ser carregadas, embaladas, acariciadas, tocadas, massageadas, cada uma dessas coisas é alimento para as crianças pequenas. Tão indispensáveis, se não mais, que vitaminas, sais minerais e proteínas. Quando são privadas de tudo isso e do cheiro e do calor e da voz que tão bem conhecem, as crianças, ainda que estejam fartas de leite, se deixam morrer de fome." Frédéricque Leboyer (pediatra francês que divulgou a idéia do "parto sem violência", livro Shantala.


" Ao contrário do que se supõe, a mãe deveria carregar o bebê durante todo o tempo, inclusive e principalmente quando dorme. A separação física a que nos submetemos como díade entorpece a fluidez da lactância. Os bebês ocidentais passam muitas horas dormindo no moisés, no carrinho ou em seus berços. Esta conduta é, simplesmente, um atentado contra a lactância. Porque amamentar é uma atividade corporal e energética constante. É como um rio que não pode parar de fluir: se as pedras são muito numerosas, desviam seu caudal." Laura Gutman- Livro A Maternidade Consciente e o encontro com a própria sombra.

         “ Estudos tem mostrado que tanto as crianças como os macacos bebês          precisam do contato físico com o corpo da mãe para funcionarem normalmente. Este contato excita o corpo do bebê, estimula sua respiração e carrega de sentimentos a pele e os órgãos periféricos. O contato olho com olho do tipo amoroso, entre a mãe e o bebê, é importante para o desenvolvimento do relacionamento visual da criança com o mundo. Estando em contato com o corpo da mãe, a criança se mantém em contato com seu próprio corpo e com seu self corporal. Na ausência desse contato, a energia da criança é retirada da periferia do corpo e do mundo a sua volta. A depressão infantil que resulta da separação não é uma reação psicológica mas a consequência física direta da perda do seu contato primordial. O efeito na criança da perda do amor da mãe é a perda do funcionamento completo de seu corpo ou a perda de sua vitalidade.” Alexander Lowen (1983)

      “ Descobriu-se que, para a criança se desenvolver bem, ela deve ser tocada, levada no colo, acariciada e aninhada nos braços; deve-se falar com ela carinhosamente, mesmo que não seja amamentada. É o toque das mãos, do colo, as carícias, os cuidados, a proteção dos braços que queremos enfatizar aqui, pois parece que mesmo na ausência de muitas outras coisas, estas são experiências essenciais de tranquilização que o bebê precisa sentir para que possa sobreviver dentro dos parâmetros da saúde”. Ashley Montagu(1988)- Livro Tocar. O significado da pele Humana

        “Uma vez que os primeiros meses imediatamente após o nascimento podem    ser considerados como continuação direta do estado intra-uterino, há necessidade da manutenção de um íntimo contato corporal com a mão para que sejam satisfeitas as exigências dos sentidos cinestésico e muscular. Isto demanda que o bebê seja carregado no colo com segurança. Que o amamentem a intervalos regulares, que seja embalado, acariciado, que lhe falem, que o tranquilizem. Com o desaparecimento da ama-seca e a introdução dos carrinhos para bebê, a necessidade de um adequado contato corporal é geralmente esquecida. A rapidez com que o bebê reage a ausência de contato é constatada quando o mesmo é deitado sobre uma superfície plana como uma mesa, sem apoio de mão. Ele age imediatamente  com susto e choro”. James L. Halliday (1948)- Livro Tocar. O significado da pele Humana

 
“Pendurar-se na mãe, Outros carregadores: Os bebês símios permanecem em constante contato com o corpo da mãe durante os primeiros quatro ou cinco meses depois de nascerem. Diversamente dos outros mamíferos que vem à luz relativamente subdesenvolvidos e ficam dentro do ninho ou do lar preparado pela mãe, os bebês símios  se penduram em suas mães. Todos os macacos e símios são afeitos a se pendurar nas mães. Em momentos de perigo, a sobrevivência depende de o filhote ter condições de se agarrar ao pêlo da mãe, de modo que ela possa transportá-lo durante a fuga [...]Como outros bebês primatas, o humano é também afeito a se pendurar na mãe, e deveria ser constantemente carregado em contato com o corpo da mãe, durante os seus primeiros dias de vida. E bebê se agarra à mãe, especialmente ao seu cabelo. O bebê só fica desesperado quando é separado de sua mãe. Como diz Wickler: “ Não é biológico por nossos bebês em berços. É sintomático disso que os bebês chorem de solidão numa frequência anormal.” Ashley Montagu (1988)- Livro Tocar. O significado da pele Humana

ODOR, VOZ E FACE
Os bebês respondem seletivamente a estímulos humanos típicos, como tem ficado claro desde as demonstrações clássicas da preferência por faces em comparação com outros estímulos de complexidade equivalente (Fantz, 1963). A capacidade precoce de reconhecimento individual também é sugestiva da importância da vinculação individualizada. Só para se ter uma idéia, na primeira semana de vida os bebês já são capazes de identificar e preferir a mãe a estranhos, pelo odor (Schaal et al., 1980), pela voz (MacFarlane, 1975) e pela face (Field, Cohen, Garcia, & Greenberg, 1984).


OLHAR
 “O contato de olhar fornece uma pista importante para o estudioso e
parece ser para a criança um ponto de partida fundamental. Logo depois do nascimento, pode ser observada uma busca imediata do olhar, que é seguida
por tranqüilização, focalização da atenção e por trocas interacionais ajustadas”.
(como em Csillag, 1997; Klaus & Kennel, 1992; Murray & Andrews, 2000) .


BEBÊ SUSTENTÁVEL


AMOR PELOS NOSSOS FILHOTES!
AMOR PELO NOSSO PLANETA!!




sexta-feira, 13 de abril de 2012

Minha experiência de parto...

EXPERIÊNCIA DE PARTO DOMICILIAR PLANEJADO
18/10/2008
PARTO LETHÍCIA
NASCIMENTO FLORA


O nascimento da Flora foi um momento inesquecível na minha vida. Um momento profundo, cheio de aprendizados, transformações, alegria e amor.
Através de uma equipe de enfermeiras obstetras especializadas em Parto Domiciliar Planejado, tive a oportunidade de receber a Flora da forma mais natural e calorosa, no ambiente acolhedor que é o nosso lar com amor, carinho, cuidado, aconchego e segurança para mim e minha filha.
Sempre quis ter minha filha em casa mas não conhecia profissionais que tivesse a confiança necessária para realizar este tipo de parto. Fiz o pre-natal com o meu obstetra, conversei com ele sobre esta possibilidade e fui deixando acontecer mesmo que no fundo do meu coração gostaria de ter minha filha em casa.
Quando conheci a Equipe Hanami, fiquei 3 noites sem dormir direito, feliz de ter encontrado uma equipe como a delas, profissional e ao mesmo tempo que respeita a mãe e o bebê em todo o processo.
Esta decisão foi muito forte em meu coração. Assisti uma palestra que elas realizaram e voltei ainda mais confiante e certa de que realmente era o que eu queria para minha filha e para mim.
Marcamos consulta na minha casa e todas as questões relacionadas ao dia do parto foram esclarecidas, como seriam os procedimentos, hospital mais próximo, tempo necessário para chegarmos em segurança, entre outras questões importantes.
As contrações iniciaram na quarta-feira (15 de outubro) de madrugada, leves e espaçadas e foram se intensificando conforme foi chegando o sábado. Tinha uma certeza dentro de mim que tinha que deixar tudo pronto até final de semana. Na sexta-feira, terminei meus compromissos de trabalho, fiz Pilates, comprei o restante das coisas que faltavam e trabalhei até as 21h.
Cheguei em casa tomei um banho de Lótus, pedindo a rapidez do parto, mentalizando que tudo daria certo, ascendi um incenso, coloquei música suave e fiz minhas orações sem saber que naquela noite iniciaria o trabalho de parto propriamente dito.
Conforme foi se aproximando a data do nascimento da Flora, fui sentindo meu instinto aflorar de uma forma muito especial. Sentia-me muito mais próxima da natureza, dos animais. Lembro de um dia que acordei me sentindo uma leoa, deitada, calma e tranquila, esperando o nascimento de sua cria.
No sábado de madrugada acordei as 2h da manhã com muitas dores e fui anotando num papel o horário de cada uma das contrações. Elas começaram a ficar bem próximas e as 3h da manhã liguei para a Equipe falando sobre o que estava sentindo. Logo retornaram a ligação dizendo que estavam vindo para minha casa. Estava uma noite de muita chuva abençoando este momento especial. Quando chegaram, iniciaram os trabalhos comigo para aliviar as dores das contrações. Todas me auxiliaram muito. Estava com medo de sentir dores, não sabia até onde elas iriam e não estava me entregando.
Neste momento entrei em outro mundo, onde tempo e espaço não existem, pelo menos não como estamos acostumados. Um mundo interno onde vivemos muitas coisas em pouco tempo, um tempo que parece ir mais rápido e mais profundo, uma dimensão única.
Conforme as contrações foram se intensificando fui entrando mais profundo neste "mundo" onde conheci mais sobre mim mesma, encontrei força que não imaginava ter, rompi barreiras e medos pessoais. Um verdadeiro rito de passagem. Nesse mundo ficou uma Lethícia e renasceu outra mais forte, mais confiante de si mesma. Desde que comecei a anotar as contrações decorreram 10h até a Flora nascer. Entendo perfeitamente que foi necessário no meu processo cada minuto desse período. Como uma cobra, fui trocando uma parte da minha pele, foi caindo, ficando para trás e uma nova Lethícia foi nascendo com a Flora. Foi um nascimento e um renascimento.
Um momento único, especial. De profundo agradecimento por cada minuto vivido antes, durante e depois. Assim, nasceu a Flora as 12:36h de um sábado chuvoso, de lua cheia. Nasceu enrolada no cordão umbilical três vezes e saiu do útero, com um grunhido, diretamente para os braços da mamãe. Assim foi nosso primeiro olhar, o reconhecimento de duas almas que se encontram. Ainda envoltas no tempo e espaço únicos ficamos assim por um tempo físico que não tomei conhecimento, apenas nos admirando, reconhecendo, conversando. E vieram os sorrisos, vários deles. Sempre acompanhados pelo olhar penetrante. Um momento que a equipe Hanami tanto respeitou apoiando cada segundo, cada momento de união entre nós duas. Esta imagem ficará para sempre registrada em minha mente, em meu coração, em minha alma.
Em seguida, levantei da piscina, que estava na sala do meu apartamento, com minha filha nos braços e fomos para a cama para que os seguintes processos fossem realizados. Assim que deitamos, a Florinha já começou a mamar no farto peito e assim foi por 36 minutos. Quando fiquei sabendo que novamente tinha que fazer força para que a placenta saísse fiquei surpresa e saiu um " Não acredito, tudo de novo?" Mas se tivesse que passar novamente cada minuto, passaria tudo novamente com a dor da contração, mas o sorriso no rosto. Depois de 46min, o cordão umbilical foi cortado pelo papai, apenas depois de parar de pulsar. E só depois iniciaram os procedimentos de pesar, medir e outros exames. Enquanto isso, tomei meu banho e voltei para a cama e minha filha para meus braços. Não tive laceração por causa da técnica utilizada por elas e tratei a cicatrização com óleo de copaíba.
Enquanto isso, recebemos o carinho de todas, algumas instruções (para que tivéssemos nosso momento juntas- uma apendendo com a outra) e só no outro dia retornaram para passar o restante das instruções de como dar banho, amamentar, tirar excesso de leite etc.
Assim que tudo estava pronto, retornaram e nós ficamos ainda em estado de graça e com um profundo agradecimento iniciamos uma nova etapa.
Fizeram acompanhamento durante 10 dias nos visitanto, auxiliando em todo o processo.





 Agradeço a energia divina por esta oportunidade, pelo nascimento natural, amoroso, que desperta nossa guerreira interna, a força feminina, criadora.
Por colocar pessoas que cultivam um trabalho lindo, de muita luz em meu caminho!!

INDICAÇÕES DA OMS (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE) NO ATENDIMENTO AO PARTO NORMAL

Via site: partodoprincipio.com.br A) Condutas que são claramente úteis e que deveriam ser encorajadas: 1. Plano individual ...